Pierre Cardin: uma importante marca para toda a história da moda
Veja porque Pierre Cardin é tão importante para a história da moda e de que modo grandes estilistas podem se dedicar ao bem-estar da maioria.
Moda como estilo de vida. Pierre Cardin está hoje com 95 anos e em plena atividade. Estilista que ajudou a tecer a história da moda, pioneiro no modo de pensá-la e de reproduzi-la.
Segundo Lars Svendsen, P. Cardin criou um mundo em que todos pudessem viver bem, “desenvolveu não apenas roupas, mas design de interiores, itens de lazer e até uma cadeia de restaurantes, de modo que fosse possível deixar toda a nossa existência ser permeada por um só estilo” (SVENDSEN, 2010, p. 164).
Participando da democratização da moda, Pierre Cardin considera que elegância não é questão de dinheiro. Até com avental de cozinha é possível ser elegante (MENDES, 2017). Ele é um dos criadores do prêt-à-porter (pronto para vestir), que envolve reprodução industrial da obra de grandes estilistas que, antes, era reservada apenas para a alta costura, sendo inacessível à maioria dos mortais.
Pierre Cardin dedica-se também à moda de acessórios, criando óculos, bolsas, gravatas, cintos, perfumes e faz, ainda, design de móveis e objetos utilitários. Em abril de 2017, houve uma exposição dedicada a ele na Itália, intitulada “Esculturas Utilitárias”, na galeria Carla Sozzani em Milão.
Trata-se de uma personalidade ligada, portanto, à moda e à cultura. Adora também dança, música, cinema e teatro. Quando jovem, conheceu o famoso cineasta francês, Jean Cocteau, um dos maiores representantes da estética surrealista, a quem ajudou a elaborar as roupas para o filme “A Bela e a Fera”, como assistente da estilista Jeanne Lanvin.
O jovem Pierre Cardin preparava-se para ser arquiteto mas, vivendo na França, acabou escolhendo o ramo da moda, a alta costura. Iniciou sua carreira trabalhando para Christian Dior em 1947 e, três anos depois, fundou seu próprio ateliê de costura. Uma de suas criações mais famosas data desta época: o “vestido bolha”, de 1954.
Compartilhando do sonho da humanidade de pisar na lua, Pierre Cardin inspirou-se nas roupas espaciais, dando um ar futurista a suas coleções dos anos 60. Ele explorava bastante a forma minimalista e os motivos geométricos. Gostava também de se dedicar a roupas unissex.
Na parte cultural sempre foi bastante ativo. Até hoje Pierre Cardin gosta de promover novos talentos em música, cinema e teatro. Em 1973, participou do filme Joana Francesa, do brasileiro Cacá Diegues. Nessa ocasião freqüentou e adorou Brasil. Foi citado na música “Segurança”, nos anos 80, do grupo Engenheiros do Hawaii.
Quem pensa que isto é tudo, engana-se. Pierre Cardin já lançou tablets, colchões, louças e até mesmo uma linha de alimentos, chamada Maxim’s, que é também o nome de seus restaurantes, situados em Paris, Nova Iorque, Londres e Pequim.
Por este e outros motivos, podemos dizer que estamos diante de um grande empreendedor, um visionário. Não lhe faltam criatividade, proatividade, determinação e amor pela mudança. Pierre Cardin é uma pessoa muito viva e dinâmica.
Além da produção de roupas de qualidade em grande escala, conseguiu sucesso partindo do zero, iniciando seu primeiro ateliê nos anos 50 e rapidamente transformando-o numa marca registrada. Inovou na área empresarial da moda ao negociar o licenciamento de sua marca para mais de 800 produtos (SVENDSEN, 2010, p. 142).
Em seu currículo conta, desde 1991, o fato de ser intitulado Embaixador da Boa Vontade pela Unesco. Além disso, foi o primeiro costureiro a ser admitido na Academia de Belas-Artes, em 1994.
Definitivamente, Pierre Cardin entra para a história como alguém que conseguiu unir moda, arte e cultura.
“Trabalhando para ele, eu aprendi que se pode fazer um chapéu a partir de uma cadeira”, diz um de seus ex-assistentes, hoje renomado estilista, Jean-Paul Gaultier (VASCONCELOS, 2011).
Referências:
MENDES, Silvano. Aos 94 anos, o estilista Pierre Cardin continua em plena atividade. Em: Folha de S. Paulo. 3 abr. 2017. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/04/1872198-aos-94-anos-o-estilista-pierre-cardin-continua-em-plena-atividade.shtml.
SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Trad. de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro, Zahar, 2010.
VASCONCELOS, Juliane Nunes. Pierre Cardin. 27 maio 2011. Disponível em: http://moda-uniara.blogspot.com.br/.
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