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Novo sentido da vida: o que estamos aprendendo?

Novo sentido da vida: o que estamos aprendendo?

Missão, propósito, significado, qualquer que seja o termo, mudamos sempre nossa relação com o mundo, com os outros e as coisas. Boas transformações são possíveis com um olhar atento para a existência, considerando os próprios sentimentos, vivências e pensamentos. Reunimos aqui diferentes visões de mundo para pensarmos juntos sobre o sentido da vida.

A primeira frase sobre vida emocional nesta nossa época vem de um profissional do Médicos Sem Fronteiras, Gabriel Naumann: “Apesar da quarentena, nunca estivemos tão juntos”. Nossos sonhos, desejos e objetivos podem ser individuais, mas poucos acreditariam hoje na possibilidade de desenvolvimento pessoal sem a consideração dos outros. Vencer exige esforço coletivo.

Chamou atenção de Patrícia Carvalho Cavalcante, gerente da Inajá de Itaquera, que as pessoas estão pensando mais nas outras, há maior senso de caridade, uma necessidade de pensar o comunitário, atitudes que ela caracteriza também como “parceria”. Unimo-nos aos outros no sofrimento, porque todos sentimos ausência ou perda de pessoas queridas e nos solidarizamos. Neste momento é sua única certeza: a “certeza de ter que ajudar o próximo”.

Medo de adoecer e incerteza quanto ao futuro. Os desafios são inúmeros e requerem calma e resiliência. “Com a agitação a gente se perde no caos do mundo”, diz a terapeuta Daniela Souza. Várias dicas nos chegam todos os dias, cuidados com a saúde física e emocional, tarefas em casa, ofertas online, recreação para as crianças. Filmes, livros, receitas culinárias. Sem falar no e-comércio. Muitas metas foram criadas, junto com elas expectativas e esperanças.

Para alguns, entretanto, a rotina não mudou muito desde o início da quarentena. Muitas pessoas continuaram trabalhando normalmente, a começar pelos profissionais da saúde. Maioria está sobrecarregada de tarefas, na vida profissional e na vida doméstica. “Quem está em casa não está enxergando quem não está em casa”, observação curiosa de Patrícia Cavalcante.

Há, sim, união e solidariedade, mas a comunidade é segmentada. Faltam compreensão e comunicação. O afastamento físico parece ter criado uma redoma, uma demarcação emocional entre as pessoas. Não pode tocar, não pode abraçar. Mas pode fazer um gesto de afeição. “Pequenos gestos são importantes, um olhar, dizer bom dia, nota a contatóloga Thamires Garcia Sousa, a gente escreve nosso caminho”.

As mulheres da Inajá primam pelo bom atendimento e, seguindo rigorosamente todos os protocolos de segurança, acolhem os usuários de óculos com afeto. Por trás das máscaras de segurança não percebemos facilmente as expressões nos rostos dos outros, nota Sefora Cipriano da Silva, colaboradora da Inajá. Assim, é preciso aumentar o calor humano, demonstrar empatia pelo outro, expressar com ainda mais vigor nossa vontade, nossos afetos.

Olhar para as pessoas. Perceber que não estamos sós e que podemos contar com os outros. Esse é o grande aprendizado que, dos profissionais de saúde aos professores e terapeutas, aparece de modo unânime. Fortalecer as amizades, estar mais perto de quem a gente ama, valorizar a presença de pessoas queridas, compartilhar, conversar e ajudar. É o que preenche nosso mundo afetivo! A vida emocional depende do contato com os outros. Se em algum momento não pode haver contato de modo físico e espacial, que o contato se estabeleça pelas palavras, gestos e expressões. O desafio está na comunicação, tanto presencial como online.

Grandes acontecimentos, mesmo aqueles ainda não digeridos, elaborados ou refletidos, trazem consequências. Existe algo que não controlamos nem compreendemos, mas que afeta profundamente nossas vidas. Como nota a técnica de enfermagem do Hospital Geral de Itapevi, Nairlandia da Silva Gomes, “o mundo parou por algo que você nem vê, nem consegue enxergar”. Por isso, sentimos nossa fragilidade. “A vida é um sopro, acaba sem você perceber”, diz Nanda.

Para Jacira F. Rosa, professora de filosofia, ganhamos “consciência de nossa condição de ser mortal e, ao mesmo tempo, da necessidade de estar presente, viver o momento”. Para Sefora, também temos que dar essa ênfase: “Temos que viver o momento presente, amanhã pode mudar tudo.”

Nós somos aquilo que fazemos, com ações e atitudes, vamos traçando nosso caminho. Que nossas experiências no presente nos lancem num futuro melhor. Criamos nossa história, temos nossas percepções, ideias e opiniões com base nas experiências, sejam estas individuais ou coletivas. Vivemos em sociedade, nela firmamos raízes e elencamos objetivos. Com isso, ganhamos confiança para planejar o futuro.

A Inajá quer fazer parte do seu futuro, e cultiva compreensão, solidariedade e empatia entre as pessoas. A empatia pelo próximo é também recomendação de Aline Alves, que trabalha no Hospital Albert Einstein, e enfatiza a importância de não quebrarmos as regras da coletividade para não prejudicarmos outras pessoas.

A maioria das mulheres entrevistadas concordam quanto à necessidade de planejamento, sobretudo, quando a questão é financeira. Quem tem salário, pensa melhor antes de gastar. Tem que ter planejamento, diz Aline, gastar com as coisas que a gente quer realmente.

Viver o momento presente, focar no que realmente importa e olhar para o futuro sem medo. Cultivar nossos sonhos, planejar nossos gastos, amar e cuidar de quem amamos. Essas são as dicas que reunimos com nossas colaboradoras e parceiras.

Referências

HOSPITAL SANTA MÔNICA. Confira 5 dicas de como encontrar o sentido da vida. 17 abr. 2018. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/confira-5-dicas-de-como-encontrar-o-sentido-da-vida/. Acesso em: 6 ago. 2020.

NAUMANN, Gabriel. A Covid-19 é um apelo nos convocando à noção de comunidade. Em: Médicos sem Fronteiras: diários de bordo. 27 mar. 2020. Disponível em: https://www.msf.org.br/diarios-de-bordo/covid-19-e-um-apelo-nos-convocando-nocao-de-comunidade. Acesso em: 15 jul. 2020.

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